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Musa Paradisiaca — Solar

Co-produção: Balaclava Noir

Solar” é uma instalação de Musa paradisiaca, concebida por Miguel Ferrão, Eduardo Guerra e Claudia Pestana, para a escuta de “Solar Boat” (2021) no Appleton – [BOX].

“Solar Boat” é uma peça sonora criada a partir de gravações de encontros privados alteradas através do uso de efeitos sonoros.

“Solar” combina vários elementos — som, luz, calor, espaço, tempo, imagem e a sua ausência. A luz, presença dominante, implanta a escuta no corpo todo: um limbo que opera uma submissão, uma desaceleração e suspensão do movimento que permite ao som instalar-se na atenção do ouvinte.

Nestas condições, “Solar Boat” transforma-se em “Solar”: um lugar onde o sentir e o estar presente permitem habitar paisagens desconhecidas como espaços íntimos e familiares.

A exposição “Solar”, na Appleton – [BOX], resulta de um convite a Musa paradisiaca pela Balaclava Noir, no contexto de uma parceria continuada com a Appleton Associação Cultural.

Musa paradisiaca, formada em 2010, é uma dupla de artistas composta por Eduardo Guerra (Lisboa, 1986) e Miguel Ferrão (Lisboa, 1986). Adoptando o nome taxonómico criado pelo botânico Carl Linnaeus para uma espécie híbrida de banana, e parodiando o contexto epistemológico da tarefa de identificar e catalogar o mundo, Musa paradisiaca busca conjurar valores, atitudes e normas em conflito.

Musa paradisiaca estabelece, através de processos de trabalho dialógicos e nos espaços intersticiais do “comum”, uma forma de comunicar fora de um léxico pré-definido, capaz de produzir um contacto menos mediado com o mundo. Esta prática procura visões de mundo mais ambíguas e, num formato de relação definido por qualidades hápticas e agregadoras, estas manifestam-se através de instalações, filmes, peças sonoras e objectos escultóricos.

Das suas exposições individuais destacam-se: “The I of the Beeholder”, Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2020); “Curveball Memory”’, Galeria Municipal do Porto, Porto (2018); “Masters of Velocity”, Dan Gunn Gallery, Berlim (2016); “Alma-bluco”, CRAC Alsace, Altkirch (2015); “Audição das máquinas”, Kunsthalle Lissabon, Lisboa (2014); “Audição das flores”, 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2014). E ainda, em formato colectivo: “Affaires étrangères”, Les Laboratoires d’Aubervilliers, Paris (2022); “Une Communauté imaginée”, Frac des Pays de la Loire, Nantes (2022); “Artist’s Film International”, Whitechapel Gallery, Londres (2019) e MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa (2018); “The intimate knowledge of things”, Haus der Kulturen der Welt, Berlim (2017); “Conversas”, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (2016); “Le lynx ne connaît pas de frontières”, Fondation d’Entreprise Ricard, Paris (2015); e “Chantiers D’Europe”, Palais de Tokyo, Paris (2013).

Claudia Pestana

Claudia Pestana foi co-curadora da 11th Seoul Mediacity Biennale (2021) e realizou, em diálogo com João Vasco Paiva, a curadoria de “Cut Down the Middle” (2021) na Galeria Avenida da Índia, Lisboa. Foi curadora de “What should I do to live in your life?” (2012) e “Pilot Micro Multiplex Mall” (2012), ambas na Sharjah Art Foundation, nos Emirados Árabes Unidos, e uma das co-curadoras de “City Within the City” (2011), apresentada no Art Sonje Center (Seul) e Gertrude Contemporary (Melbourne).

Pestana foi co-editora de “Musa paradisiaca: Visões do Mal Entendido” (2018) e contribuiu para diversas publicações, entre as quais se destacam “The Parallax Hanok: A Café/Bar at the Art Sonje Center in Seoul” (2016) de Jun Yang; “The Part In The Story Where We Lost Count Of The Days” (2013) de Heman Chong; e “Paintings against Painting” (2013), de Hugo Canoilas.

Balaclava Noir

Balaclava Noir emerge da ausência de uma empresa dedicada especificamente ao campo da arte, dos artistas e dos seus trabalhos, capaz de criar propostas e soluções onde a competência e execução técnica acompanham a sensibilidade e rigor artísticos. Conta com uma equipa especializada assente na conjugação da extensa experiência do Bazar do Vídeo e Sociedade Óptica Técnica OPTEC. Liderada por um director técnico com formação abrangente, quer técnica quer artística, esta equipa é dinâmica, sensível e dedicada às necessidades do artista e aos requisitos técnicos de uma peça ou instalação.

O foco da Balaclava Noir tem vindo a expandir-se para além da consultoria e acompanhamento técnicos, para incluir também a produção de projectos desde a sua génese, design de espaço, iluminação, até às fases mais multidisciplinares e multifacetadas de cada proposta.

creditos © pedro tropa

HCI / Colecção Maria e Armando Cabral / / /